ELEIÇÕES 2020. Era uma vez o PROS, o partido que queria ser grande e agora nem existe mais na cidade
Por MAIQUEL ROSAURO (com foto de Arquivo), da Equipe do Site
O Partido Republicano da Ordem Social (PROS) deixou de existir em Santa Maria. Sua Executiva Municipal renunciou de forma coletiva no dia 19 de junho, de forma quase que silenciosa. Seu futuro na cidade é incerto, mas seu passado recente demostra como um projeto político pode ruir dá noite para o dia.
O PROS vinha de um processo de reconstrução iniciado em maio de 2018, quando Moacir Alves (que antes passou por PSDB, DEM e PSD) assumiu a presidência municipal no lugar de Oséias do Nascimento Mota. Naquele mesmo ano, Alves concorreu a deputado estadual e conquistou 971 votos. À época, ele contava com o apoio do vereador de Porto Alegre, Wambert di Lorenzo (PROS), que concorreu a deputado federal e fez 18.900 votos. Ambos não se elegeram.
Em outubro do ano passado, Alves deixou a presidência do partido para dedicar-se, sobretudo, ao pleito à presidência do Lar das Vovozinhas, no qual se saiu vitorioso (AQUI). Em seu lugar assumiu Jéferson Nunes, até então vice-presidente, e que foi responsável por conduzir a sigla no desembarque do governo de Jorge Pozzobom (PSDB), em dezembro de 2019 (AQUI). Na ocasião, Nunes exonerou-se da função de coordenador da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.
Apoio a Bisogno e, depois, Cechin
O ano de 2020 começou com fortes emoções no PROS. Embora fora do governo municipal, a sigla fazia parte da base de apoio do governo de Eduardo Leite (PSDB) e pleiteava, em janeiro, que Moacir Alves assumisse à 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, no lugar de Roberto Leopoldo Schorn. Alves já havia desempenhado a função entre 2015 e 2016.
Porém, em seu lugar, tomou posse a então secretária adjunta de Gestão e Modernização Administrativa da Prefeitura, Fabrícia Ennes da Silva Costa (AQUI). Nos bastidores, o PROS fez duras críticas devido ao fato de Fabrícia ser filha de Edson Cunha, assessor na Prefeitura, e cunhada de Alexandre Lima, coordenador geral do Gabinete de Governança no governo Pozzobom.
Menos de 15 dias após a nomeação de Fabrícia, o PROS anunciou seu apoio à pré-candidatura de Marcelo Bisogno (PDT) à Prefeitura de Santa Maria, ao mesmo tempo em que colocava Moacir Alves à disposição para compor a chapa majoritária como vice (AQUI). Era, então, o primeiro partido a ingressar na frente pró-Bisogno.
“Está na hora de pararmos de pensar em Brasília e olhar para nossa Santa Maria, é aqui que as coisas acontecem de fato, ela é a nossa casa. O PROS assume este compromisso não só com o PDT de Marcelo Bisogno, mas com Santa Maria”, disse, à época, Jéferson Nunes.
Em fevereiro, outra surpresa. Moacir Alves deixou o PROS e tornou-se presidente municipal do Avante. A legenda, automaticamente, embarcou na frente pró-Bisogno (AQUI).
“O processo político é bastante dinâmico e não posso prever o futuro. O que existe agora é a chegada do Avante para contribuir na construção da Frente Trabalhista”, disse, na ocasião, Moacir Alves.
Em 8 de maio, o PROS anunciou sua saída da Frente Trabalhista e também informava que adotaria uma postura de neutralidade, respeitando os prazos do calendário eleitoral (AQUI).
Três dias. Este foi o tempo que durou a “neutralidade” do PROS. Em 11 de maio, a legenda já estava ao lado do pré-candidato a prefeito Sergio Cechin (PP) (AQUI).
“Não vimos objeção nenhuma em aderir às recomendações e orientações do Diretório Estadual em alinharmos nossos pensamentos e ações, e muito menos na construção de uma nova caminhada, agora juntos ao PP e, particularmente, ao professor Sergio Cechin. Tenho liberdade de chamá-lo assim, pois tive o privilégio de ter sido seu aluno lá nos anos 90”, disse, à época, Jéferson Nunes.
Porém, no dia seguinte, as intenções do PROS naufragaram. O presidente estadual da sigla e deputado estadual Rodrigo Maroni entrou em contato com o Site para avisar que a legenda não estava autorizada a apoiar Cechin (AQUI).
“A única informação que eu tinha é de que o PROS estaria em uma Frente Trabalhista com o PDT, o que, teoricamente, poderia favorecer a conversa. Mas os caras saíram desse campo e eu só fiquei sabendo agora. A matéria está totalmente desautorizada, não tem nenhuma legitimidade, foi construída politicamente e utilizando de uma justificativa totalmente descabida e absurda. E eu não aceito usar meu nome sem autorização e na palhaçada”, afirmou, naquele momento, Rodrigo Maroni.
O clima criado dentro da sigla ficou insustentável e eclodiu de vez em 18 de junho, quando Maroni participou de uma live com Marcelo Bisogno e Fabiano Pereira (PSB). No dia seguinte, Nunes divulgou em seu perfil no Facebook um comunicado anunciando a renúncia coletiva da Executiva Municipal.
Futuro incerto
O Site conversou com Nunes, na manhã de quarta (1º), e questionou se ele filiou-se a outro partido. Porém, o ex-presidente do PROS/SM não quis responder a pergunta.
“Bah, vai dar notícia requentada?”, limitou-se a dizer.
Rodrigo Maroni também não tem muito a comentar sobre o futuro da sigla na cidade.
“Vamos esperar passar a pandemia para ver como é que fica”, afirmou o presidente estadual do PROS.
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