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Leon e o dia das mães antirrosa – por Marcelo Arigony

O cronista que já foi um general da guerra e hoje (e ele explica) é da diplomacia

Leon, meu conhecido há alguns anos; chapeludo cavaleiro, cantor e violeiro; jiujiteiro e crossfiteiro; militante, ego espadaúdo… e sem dobradiça. Poderia ser o “Boca Braba” retratado por Almeida Neto (não sempre).

Antes apenas meu conhecido, desde que passei a entender suas razões, embora não concorde com alguns silogismos, passei a admirá-lo na atitude. Vejo autenticidade. Queria para minhas filhas um mundo de pessoas mais autênticas, coisa rara.

Sei onde ele mora, ele sabe onde me escondo… e às vezes jantamos juntos. Apreciador de um merlot chibeado; só não é permitido servir vinho panul (piada nossa, que talvez um dia eu conte). Leon até é bem afeiçoado, mas não forma nada entre nós. Nessas cansadas já estou muito feio pra trocar de lado. E aparentemente Leon também só pega em espada alheia de luvas.

Talvez a maturidade vá trazê-lo para o caminho do meio, como fez comigo. E talvez não! Naquele livro festejado, Tzu diz que a vitória na guerra demanda vários perfis de generais: o da guerra, o do salão, da diplomacia, et coetera.

Já fui um general da guerra. Hoje, estropiado por tentar fazer o que achava certo, e polido pela maturidade, sou o da diplomacia, meio murista… A frase que me encanta naquele livro diz que “a suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar”.

Dia desses Leon confidenciou algo que me deixou pensativo. Disse que perdeu o pai muito cedo, quando guri – lá bem adiante do boqueirão – e que o dia dos pais sempre foi algo muito triste, torturante para ele, desde os tempos de colégio.

Eu fiquei pensando nisso. Achei-me um energúmeno. Como nunca pensei nisso (?!). É algo que nunca tinha pensado. Talvez os empresários não tenham pensado; publicitários não tenham pensado. Talvez a maioria das pessoas também não tenha pensado.

Mas fiz uma pesquisa rápida e descobri que algumas escolas e professores pensaram (UFA!). Pensaram em comemorar algo como “dia da família”.

Então pensemos. Pensemos nas crianças que não têm pai, que não têm mãe, sendo bombardeadas por uma enxurrada de propagandas no dia dos pais… ou talvez pior, no dia das mães. Pensemos nessas crianças vendo os colegas fazendo cartões, preparando apresentações em sala de aula. Precisamos pensar nisso como Vinícius pensou naquelas crianças, quando escreveu a antirrosa de Hiroshima… cantada em fino por Matogrosso.

(*) Marcelo Mendes Arigony é titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil em Santa Maria, professor de Direito Penal na Ulbra/SM e Doutor em Administração pela UFSM. Ele escreve no site às quartas-feiras.

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