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Mariana Coelho e seu importante livro de história do movimento feminista – por Elen Biguelini

“Assim, o livro é praticamente um dicionário de nomes femininos relevantes”

Mariana Coelho foi uma feminista  naturalizada brasileira. Nasceu em Portugal em 10 de setembro de 1857. Em 1892 ela imigrou para o Brasil, se estabelecendo em Curitiba, no Paraná, onde foi educadora e jornalista. Fundou uma escola na cidade em 1902, o Colégio Santos Dumont, na qual foi diretora e professora durante 15 anos. Seus escritos em prosa e poesia lhe renderam a cátedra da cadeira número 30 da Academia Paranaense de Poesia e da cadeira número 28 na Academia Feminina de Letras do Paraná.

Se autointitulava feminista, e participou do movimento através da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e seus Congressos em 1922, 1933 e 1936, bem como contribuiu com a revista feminista O Corymbo.

Este contato com as feministas brasileiras se reflete em seu livro mais importante, “A Evolução do Feminismo: subsídios para a sua história”, publicado originalmente em 1933.

A autora faleceu em Curitiba, em 29 de novembro de 1954

O texto da curitibana é tanto uma história do movimento feminista brasileiro, quanto uma listagem de mulheres (e homens) que tiveram importância no sufrágio feminino brasileiro, ainda que este tenha somente sido alcançado três anos depois da publicação; visto que o texto tem o propósito de lutar por essa conquista.

O texto, que foi escrito pouco antes de 1933, através de cartas escritas pela autora para Rocha Pombo, inicia perguntando “Por que somos feministas?” Ela chama esta pergunta de “ingênua”, mas ainda hoje é necessário fazê-la Ou melhor, ainda hoje está pergunta é frequentemente ouvida por todas as feministas. No dia-a-dia somos questionadas sobre o porquê de ainda hoje discutirmos o feminismo, quando em paralelo vemos muitas mulheres morrerem por feminicídio, lgbtfobia, transfobia, etc.

Dividindo seu texto em “Emancipação feminina”, “As mulheres na religião”, “As mulheres na política e na administração”, “A mulher na ciência; nas artes e nas  letras”, entre outras, a autora apresenta a história das mulheres nestes locais, listando-os por regiões, estados e países. Assim, o livro é praticamente um dicionário de nomes femininos relevantes.

Sublinhamos aqui a importância da obra desta autora, porque percebemos a necessidade de discutir mulheres que falaram de mulheres ao longo da história do país. Mas, mais importante que isso, entendemos que precisamos conhecer nomes femininos, textos escritos por elas, e outras obras de sua autoria, para que possamos valorizar não apenas àquelas que história e a historiografia chamam de grandes, mas também àquelas que ficaram perdidas dos livros de História, mas que demonstram a força feminina.

Fonte: COELHO, Mariana: MUZART, Zahide Lupinacci (Org.). “A evolução do feminismo: subsídios para a sua história”. Coleção Brasil Diferente. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002 [1933.]

(*) Elen Biguelini é Doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no site.

Nota do Editor: a imagem que ilustra este artigo (em que aparece a foto de Mariana Coelho) é reprodução de parte da capa do livro de “Mariana Coelho: A Educadora Feminista”, de Leonardo Soares Madeira Iorio Ribeiro.

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